Veja mais
detalhes sobre a redução do diesel na refinaria
Esse foi um dos últimos atos de Pedro Parente na
estatal
Publicado
em 01/06/2018 - 12:38
Por Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
A diretoria executiva da
Petrobras aprovou, em reunião extraordinária realizada ontem (31), a
adesão da companhia à primeira fase do programa de subvenção econômica à
comercialização de óleo diesel, criado pela Medida Provisória 838 e
regulamentado pelo Decreto 9.392, ambos de 30 de maio de 2018, e
extensivo a todos produtores e importadores.
De acordo com nota divulgada
pela estatal, além da redução voluntariamente realizada pela Petrobras em
24 de maio de 2018, o valor médio de venda do diesel nas refinarias e
terminais, à vista e sem tributos, será reduzido em R$ 0,07 e passará a R$
2,0316 por litro a partir de hoje (1º).
O valor médio de venda do diesel nas
refinarias e terminais, à vista e sem tributos, será reduzido em R$ 0,07 e
passará a R$ 2,0316 por litro a partir de hoje (1º) - Marcello
Casal jr/Agência Brasil
Segundo a nota, essa redução será
mantida até 7 de junho de 2018, data de encerramento da
primeira fase do programa, “não havendo alteração no prazo originalmente
fixado para redução voluntária do preço realizada pela companhia”.
Entre 1º e 7 de junho, essa
diferença será ressarcida em espécie pelo governo federal, por meio da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no âmbito do
programa e nos termos da regulamentação em vigor.
A nota esclarece que “a adesão à primeira fase do programa não vincula a companhia à segunda fase, cuja decisão será submetida à avaliação das instâncias competentes, após publicação da regulamentação”.
A nota esclarece que “a adesão à primeira fase do programa não vincula a companhia à segunda fase, cuja decisão será submetida à avaliação das instâncias competentes, após publicação da regulamentação”.
A empresa informou
ainda que, além das reduções de R$ 0,23 e R$ 0,07, o valor médio de
venda também será afetado pela redução da carga tributária das contribuições
para o PIS, Cofins e Cide-Combustíveis, de R$ 0,16 por litro, conforme
Decreto 9.391, de 30 de maio de 2018, uma vez que a tributação
do diesel é concentrada no produtor ou importador.
Saiba mais
Edição: Armando
Cardoso
Política de preços da Petrobras divide
especialistas
Publicado em 01/06/2018 - 16:45
Por
Mariana Tokarnia - Repórter da
Agência Brasil Brasília
A
saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras colocou em foco a política
de preços da estatal. A atual política divide especialistas. Ao mesmo
tempo em que ajudou na recuperação da estatal, gerou aumentos sucessivos para o
consumidor final, o que culminou no protesto dos caminhoneiros.
Ex-presidente
da Eletrobras e professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e
Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa defende a revisão da política de
preços da Petrobras.
Edifício-sede
da Petrobras no centro do Rio (Fernando Frazão/Agência Brasil)
“Essa
política não é compatível com uma empresa quase monopolista como a Petrobras,
que deve seguir um plano de abastecimento do país e não de pagamento de
dividendo para acionistas”, diz. Ele é contrário ao tabelamento dos preços
dos combustíveis, mas propões uma alteração progressiva dos preços.
“Daria-se um tempo, faria-se um comunicado, por exemplo: dentro de 30 dias
vai aumentar e aumentaria progressivamente", diz. “Imagina, o
caminhoneiro acabava tendo que pagar combustível mais caro que o frete que o
remunerava. Ninguém pode trabalhar desse jeito. Cabe à Petrobras e ao
governo terem uma política compatível”, defende.
Já o professor de Finanças da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Ibmec-DF) Marcos Melo, defende a manutenção da política de preços e diz que isso dá segurança aos investidores. “Quando o governo começa a pressão política para que política de preços volte ou se assemelhe ao que era antes, fica uma situação muito difícil. Não é bom para Petrobras. Estamos vendo a redução no valor das ações por causa da incerteza”, afirma
Segundo Melo, não faz sentido vincular os preços à política governamental, seja para conter inflação, seja para qualquer finalidade. "Não convém para a empresa. A queda no valor da empresa acaba também prejudicando a sociedade brasileira e a própria economia”, reforça.
A
professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) São Paulo Celina Ramalho diz
que o mercado de combustíveis precisa ser revisto. Ela defende a privatização
gradual da Petrobras – que atualmente é controlada majoritariamente pela
União –, para que outras empresas passem a atuar no mercado, acabando com o
monopólio da estatal. “Essa é a alternativa que temos para solução dos
combustíveis. Não ser mais preço de monopólio, porque em estrutura de monopólio
há uma maximização de lucro. Quando expande a oferta, o preço de monopólio cai
por terra e quem dá o preço é o mercado”, ressalta.
Política
de preços
Desde
2016, a Petrobras segue uma política de variação do preço dos combustíveis que
acompanha a valorização do dólar e o encarecimento do petróleo no mercado
internacional. A variação dos preços dos combustíveis é o principal alvo da
manifestação dos caminhoneiros.
Com
os reajustes, no início de maio, a Petrobras anunciou um crescimento do
lucro líquido de 56,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual
período do ano passado, atingindo R$ 6,96 bilhões. O crescimento expressivo
surge depois de quatro anos seguidos de prejuízos e de um processo de
reestruturação e de redução do endividamento da companhia, que teve início após
as denúncias da Operação Lavo Jato.
Este
foi, segundo a estatal, o melhor resultado trimestral desde o início de 2013,
quando a empresa havia lucrado R$ 7,69 bilhões, e também terminou o trimestre
com resultados positivos em sua métrica de segurança.
Saiba mais
Edição: Juliana Andrade
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