Governo
quer leiloar áreas para exploração mineral
O governo federal planeja leiloar
no primeiro semestre do ano que vem 22 mil áreas para exploração minerária, que
serão agregadas em pacotes para atrair maior interesse, sendo que 8 mil serão
ofertadas ainda no primeiro trimestre, afirmou nesta quarta-feira o presidente
do estatal Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Leonardo Ledsham.
Com a licitação, segundo Ledsham,
o governo busca atrair investimentos para as chamadas áreas em disponibilidade
–aquelas que já tiveram algum alvará de pesquisa, mas acabaram devolvidas ao
governo– no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM).
Segundo o presidente do CPRM, a
atual estrutura utilizada para atrair investimentos em pesquisa para áreas em
disponibilidade é ineficiente e burocrática. Os interessados precisam requer as
áreas ao governo, e ainda não têm muitas informações sobre a geologia do local,
em um “processo moroso”.
Agora, o leilão será possível
graças a um acordo realizado entre o CPRM e o DNPM, assinado neste mês, que
permitirá que o investidor tenha informações sobre as áreas, agregando valor
aos ativos. Ledsham comentou que o CPRM tem um conjunto de informações
geológicas do Brasil muito importante, que irá contribuir para elevar o
interesse pelas áreas, uma vez que os dados serão disponibilizados aos
interessados. Segundo ele, entre 2010 e 2014 o CPRM realizou estudos em
cerca de 95 por cento de áreas do Brasil consideradas com potencial geológico.
“As áreas em disponibilidade já
existem, a gente quer mais transparência e agilidade… a gente quer dar
eficiência ao DNPM”, afirmou Ledsham, em entrevista a jornalistas durante um
evento no Rio de Janeiro.
Embora o fator de licitação da
oferta seja bônus de assinatura, Ledsham explicou que valores mínimos serão
simbólicos. Ele não deu detalhes sobre o tamanho dessas áreas ou o tipo de
minério que será explorado. As áreas serão segmentadas em pacotes, segundo
critérios geológicos, explicou.
Os investidores que arrematarem
esses pacotes no leilão terão três anos para realizar pesquisas, renováveis por
mais três anos. Ledsham destacou que o Brasil investe muito pouco em
exploração minerária comparado com outros grandes países mineradores do mundo.
INTERESSE DE FUNDOS
Também em busca de atrair
investimentos para a mineração no Brasil, o governo vai ofertar em 2017 um
total de nove projetos à iniciativa privada, dentro do Programa de Parcerias
para Investimentos (PPI). Nessa licitação, o governo não cobrará bônus de
assinatura. Vencerão as áreas os investidores que prometerem o maior volume de
investimentos em pesquisas nesses terrenos para os próximos três anos. No
contrato com o governo, haverá mais detalhes sobre quais os royalties que serão
pagos caso as áreas se tornem comerciais.
Quatro desses projetos, já
detalhados, serão leiloados no segundo trimestre do ano que vem, também em
leilão eletrônico, revelou Ledsham. São eles: Fosfato, de Miriri (PB/PE);
cobre-chumbo-zinco, de Palmeirópolis (TO); cobre, de Bom Jardim de Goiás (GO);
e carvão, de Candiota (RS). As demais cinco áreas, ainda não reveladas,
serão leiloadas no segundo semestre de 2017, segundo o presidente do CPRM.
Ledsham afirmou que o governo já
foi procurado por três fundos estrangeiros interessados nos quatro projetos,
sobre os quais já foram apresentadas informações mais detalhadas aos
investidores, incluindo estimativas de recursos. Na próxima semana,
Ledsham viajará para um “road show”, juntamente com o secretário de Geologia,
Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Vicente
Lôbo, cuja programação passa por países como Peru, Londres e Canadá.
Fonte: Reuters
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