Jazidas
de manganês do Amapá poderão ter novas regras de exploração
Teresa
Cardoso | 28/09/2016, 17h23
Reprodução
Proposições legislativas
As reservas de manganês
existentes no estado do Amapá poderão ser exploradas no regime hoje previsto no
Código de Mineração e não mais conforme as normas que ali vigoram desde 1946. A
proposta é do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que apresentou projeto
destinado a revogar o decreto-lei 9.858/1946, a fim de submeter à
pesquisa de qualquer interessado os 2.740 hectares de área correspondente a
essas jazidas no Amapá.
O projeto (PLS 284/2016) submete essas jazidas ao decreto-lei 227/1967, consistente no Código de
Mineração e que estabelece que a área de jazida desonerada ficará disponível
para proposta por 60 dias, para fins de pesquisa ou lavra. Decorrido esse prazo
sem o aparecimento de pretendentes, diz o mesmo decreto, a área ficará livre
para ser explorada por quem tiver prioridade, ou seja, quem tiver protocolado
seu pedido conforme os requisitos do Departamento Nacional da Produção Mineral
(DNPM).
Ao explicar o projeto, Randolfe
Rodrigues observa que, em 1946, o então presidente Eurico Gaspar Dutra
estabeleceu que as jazidas de manganês do Amapá constituíam reserva nacional. A
alegação era de que a escassez do minério e sua importância na siderurgia
tornavam relevante a encampação daquela área em favor do Brasil.
De acordo com o senador, em
decorrência disso, as descobertas de manganês no município de Serra do Navio
(AP), uma das mais importantes do Brasil, foram exploradas por terceiros
durante 50 anos.
“Ao fim desse período, sobrou
para o estado enorme passivo, bem como o abandono por parte das empresas que
por tanto tempo auferiram enormes riquezas do nosso Amapá”, diz o senador na
justificação do projeto.
Ele lembra que, recentemente, foi
proposta uma solução quanto ao passivo ambiental enfrentado pelo estado, a fim
de que parte das receitas da venda do rejeito do minério, outrora considerado
sem valor comercial, fosse aplicada na recuperação do meio ambiente.
Ainda assim, diz o senador,
excluindo-se os rejeitos, a área da reserva nacional de manganês ainda
constitui importante vetor para o desenvolvimento futuro da região do Amapá.
Daí por que ele propõe que os 2.740 hectares de área afetada sejam objeto de
nova pesquisa mineral.
“Em sendo descobertas novas
jazidas — o que deverá acontecer em face do enorme potencial mineral da região
—, que haja a lavra sustentável e com benefício para todos, principalmente na
renda da população do Amapá”, propõe Randolfe.
Em sua avaliação, essa nova lavra
resultará em três vantagens: mantêm-se os direitos sobre os rejeitos da antiga
mineração para a empresa que for responsável pela recuperação da área
ambientalmente comprometida; será disponibilizado para pesquisa de qualquer
interessado o total de 2.740 hectares, que ficará aberto a proposta por 60
dias; e os procedimentos de pesquisa e lavra estarão sujeitos ao Código de
Mineração vigente.
O projeto será examinado pelas
Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle
(CMA) e de Serviços de Infraestrutura (CI), cabendo a esta última decisão
terminativa. Em seguida, será enviado para votação na Câmara dos Deputados.
Agência
Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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