O PIOR JÁ PASSOU
Breve analise para o minério de ferro
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Por Marcelo Villela, setembro 10th,
2015, 4:59 - LINK PERMANENTE
As perspectivas do minério de ferro para o restante
do ano não são tão ruins, pois a oferta de minas menos eficientes está
minguando, segundo a Atlas Iron.
Os compradores chineses estão repondo seus
estoques, impulsionando a demanda, disse David Flanagan, diretor-gerente da
empresa com sede em Perth. A oferta mundial de minas com custos altos
continuará diminuindo, disse ele em uma entrevista nesta quarta-feira (9). A
Atlas opera minas na região australiana de Pilbara, rica em minério.
A commodity vem em uma montanha-russa em 2015,
tendo afundado para seu valor mais baixo em seis anos em abril devido à alta da
produção de baixo custo e ao crescimento mais fraco da China, a maior compradora,
antes de se recuperar e entrar em um mercado altista no mesmo mês. Depois, o
minério voltou a atingir um novo valor mínimo no começo de julho, quando alguns
bancos previram que os preços despencariam para menos de US$ 40, antes de
voltar a ter um rali, retornar a um mercado altista e atingir seu valor mais
alto em dois meses na terça-feira.
“Há mais oportunidades para um aumento dos preços
do minério de ferro do que para uma diminuição”, disse Flanagan em entrevista
por telefone. “Há oportunidades para o fechamento de mais minas e para um rali
de compras até dezembro”.
O minério com teor de 62% em Qingdao subiu 1,3%,
para US$ 58,18 por tonelada seca na terça-feira, o valor mais alto desde 1º de
julho, segundo a Metal Bulletin. Os preços tocaram fundo a US$ 44,59 em 8 de
julho, um recorde em dados que remontam a maio de 2009.
Sem excedente
“Nós estamos vendo quedas constantes nos estoques
da China e isso me diz que não há um excedente de minério de ferro”, disse
Flanagan. “Basicamente, as pessoas precisam reabastecer”.
As reservas nos portos chineses caíram durante
quatro semanas consecutivas, para 80,1 milhões de toneladas em 4 de setembro, o
valor mais baixo em dois meses, segundo dados semanais compilados pela Shanghai
Steelhome Information Technology. Os estoques atingiram 79,35 milhões de
toneladas em junho, o valor mais baixo em 19 meses, mostram os dados.
A queda da produção das minas menores impulsionou a
demanda pela oferta de baixo custo das principais produtoras, segundo o
analista da CLSA. Ian Roper. A maior parte da queda dos preços neste ano já
ficou para trás, pois a construção na China acelera em outubro, disse Roper.
Importações constantes
Após décadas de crescimento rápido que estimularam
uma expansão sem precedente da produção de aço, a China está lutando com um excesso
de capacidade, pois uma desaceleração liderada pelas propriedades está
perturbando a demanda.
Mesmo assim, as compras do país de minério no
exterior permaneceram quase inalteradas em relação a um ano atrás, com 613
milhões de toneladas nos primeiros oito meses, segundo dados alfandegários.
As ações das companhias mineradoras subiram nesta
quarta-feira em meio ao otimismo de que a China vai estabilizar seus mercados
financeiros. A Atlas saltou 6,9% em Sydney e a Rio Tinto Group, a maior produtora
de minério de ferro do país, teve um rali de 2,6%.
As maiores fornecedoras, dentre elas a Rio e a BHP
Billiton na Austrália e a Vale, do Brasil, têm a intenção de aumentar a
oferta com o objetivo de aumentar os volumes e reduzir os custos por tonelada.
Uma nova oferta aparecerá no mercado na forma de minério da mina da bilionária
australiana Gina Rinehart em Roy Hill, que iniciará os embarques neste ano.
“Ainda tem muita oferta de baixo custo chegando”,
disse Roper. “Os preços vão ter que baixar muito de novo. Provavelmente
possamos testar esse patamar novamente no ano que vem”, disse ele em referência
ao valor mínimo de US$ 44,59 em julho.
Fonte: Economia UOL
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