Justiça Federal suspende licença para duplicação da Ferrovia Carajás
Ação do MPF acusa Vale, Ibama e Funai de práticas
irregularidades.
Informação foi divulgada nesta segunda-feira (20).
Informação foi divulgada nesta segunda-feira (20).
Do G1 MA
A tradicional brutalidade da
VALE para com o norte do Brasil e especialmente o riquíssimo Estado do
Pará marcam claramente uma relação
imoral e no mínimo desrespeitosa para com os povos da região. Não há nada que
impeça ou negocie com esta mineradora os destinos da floresta e das comunidades
isoladas. Esta duplicação é um acinte para com os povos indígenas do Pará e Maranhão e mesmo assim, contrariando regras,
leis, costumes a predadora vai colocando
seus trilhos para mandar mais minério, mesmo com preços aviltantes, para o
mundo.
A Justiça Federal concedeu liminar que suspende a
licença de instalação da Estrada de Ferro Carajás (EFC), de acordo com
informações do Ministério Público Federal divulgadas nesta segunda-feira (20).
A medida é resultado de ação ajuizada pelo órgão ministerial acusando a empresa
Vale S.A., o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) de praticarem
irregularidades durante o processo de licenciamento.
Segundo denúncias feitas pelos indígenas ao órgão
ministerial, atos administrativos referentes à duplicação da Estrada de Ferro
Carajás (EFC) estavam sendo realizados sem a consulta prévia adequada e legal
aos povos indígenas localizados na área, o que aumenta os impactos já causados
na região pela ferrovia.
Análise pericial do MPF realizada em 2013 afirma
que, embora regularizadas, as terras indígenas dos Awá, um dos últimos grupos
indígenas isolados do mundo, encontram-se invadidas e ameaçadas por não índios e
por projetos econômico-mineradores.
O MPF diz que o Ibama emitiu licença de instalação
em favor da obra mesmo observando os impactos aos índios e sem a fase de
consulta livre e informada ao povo impactado. O órgão acusa a Funai de omissão
por deixar de consultar previamente os índios e posicionar-se favorável ao
empreendimento. A Vale é acusada de "atuação inadequada" ao oferecer,
por meio de funcionários, bens e produtos aos indígenas, buscando colaboração
para a realização do empreendimento.
De acordo com o MPF, além da suspensão da licença
do Ibama em relação ao trecho que causou impacto aos indígenas, a Justiça
também determinou que seja aberta a fase de consulta prévia. Além disso, a
empresa Vale S.A. não poderá mais fazer promessas ou enviar bens aos índios
antes e durante a realização do período de consulta.
"A implantação da duplicação da Estrada de
Ferro Carajás poderá gerar danos irreversíveis ao meio ambiente e à cultura dos
Awá-Guajá", diz a nota do órgão.
O G1 entrou em contato com a
assessoria da Vale, que disse que a empresa vai adotar os recursos e
medidas cabíveis para o restabelecimento das obras. Confira a íntegra
da nota:
NOTA
A Vale foi
intimada da decisão do Juiz da 8a. Vara Federal do Maranhão, que determinou a
suspensão das obras de ampliação no trecho próximo à Terra Indígena Caru.
A Vale informa
que as obras de ampliação estão sendo realizadas dentro da faixa de domínio da
Estrada de Ferro Carajás, e o processo de licenciamento seguiu estritamente a
legislação aplicável, tendo autorização do Ibama e da Funai.
A Vale adotará os recursos e medidas cabíveis para o restabelecimento das obras.
A Vale adotará os recursos e medidas cabíveis para o restabelecimento das obras.
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