CARAJÁS
NO
APAGAR DAS LUZES
O que são
ativos naturais? Qual o melhor método de precificação? Afinal, quanto realmente
vale uma tonelada de minério de ferro extraído do subsolo da maior floresta
tropical do mundo?
Lembram-se das
paralisações da portaria fim de 2012, inicio 2013? Esta chegando agora ao pátio
da VALE. Hoje numa situação pior que a Petrobras e vai explodir.
As noticias que chegam da campanha salarial VALE
2015 são preocupantes: paralisação na maior mina de ferro do mundo. Os peões não
mais temem, cruzam os braços. É tudo ou
nada, com o poder de manipulação que a mineradora possui, é de temer... as imagens demonstram o quanto a VALE se
encontra esgotada e no seu limite administrativo. Não sabem mais de onde tirar
para enfrentar talvez o maior desafio de sua longa historia.
Baseada unicamente na demanda da China, grande
parte do seu investimento foi orientado
e implantado para atender tal mercado. Não todo o mercado asiático, a Austrália
e África atende bem, mas exclusivamente o mercado chinês.
Por décadas a estratégica comercial e de
exploração foi a China unicamente. Nos anos de Roger Agnelli, a estruturação
financeira global fantasiosa, lastreada em planos de investimento mirabolantes
e no plano da produção real, o mercado chinês
no horizonte, unicamente. A medida que a demanda daquele pais atingia seu auge,
as estratégias internas também recrudesceram, em conjunto com as exigências. Tanto
produtivas quanto de entrega, estocagem, transporte e correlatos.
E logico, nunca a demanda total era para consumo,
claro que para a formação de estoques estratégicos e mesmo para um reposicionamento
local. Há comentários de um vigoroso comercio secundário do valoroso m63 das minas
de Carajás na Ásia. Fomentado pelos chineses. Todos os esforços para baratear
os custos e driblar a legislação portuária foram realizados. Os enormes Valemax
não puderam aportar na costa chinesa, então se construiu o porto da Malásia. Neste porto, o minério mais concentrado, que se
conseguia preços melhores, perde valor ao ser misturado ao minério de segunda,
produção local e mais barato. Não há o frente interoceânico agregado. Mesmo assim,
com a excessiva oferta das concorrentes BH Bilington, Rio Tinto e produtores
menores locais, os compradores passam a leiloar o valor final da tonelada, reduzindo-a
aos patamares de hoje.
Independente do custo de produção, todas mantem
grandes projetos de exploração, com custos iniciais elevados. O S11D desponta
neste cenário e suas reservas com capacidade de produção de 90 milhões de
toneladas métricas ano. É outro mercado do tamanho de Carajás e neste cenário
atual e projetado não há compradores interessados. Não se trata apenas do
minério da VALE neste cenário global. Há excessiva capacidade de produção
instalada. Este projeto apenas acrescenta mais mercadoria num momento de preços
decadentes. Seus custos de implantação deverão ser alongados haja visto não ser
possível ao produtor impor seu preço final e suas margens.
Como fica Parauapebas?
Nossa cidade depende da VALE. Não temos ainda
alternativa de produção e competitividade para vivermos sem a influencia
econômica e de produção da Vale. Não pensamos
ainda como manter a cidade no seu rumo, diversificando suas fontes de riquezas.
A cidade não vai acabar, mas vamos sofrer.
Pela primeira vez na historia da cidade estamos
observando o refluxo populacional, as pessoas saindo para trabalhar fora.
Estamos vendo uma redução drástica da população. Os estudos da EXCLUSIVA
CONSULTORIA apontam para um grande abandono dos novos bairros. Com a manutenção
do minério abaixo dos 60 dólares, as grandes lojas acabarão reduzindo sua
presença e finalmente abandonando a cidade. Frente a receita decrescente a
prefeitura já parou os investimentos e não teremos mais novidade em movimento
financeiro. A linha férrea em construção será um monumento a sandice da VALE,
mal administrada e totalmente a mercê de um único cliente por décadas, acabou
perdendo sua competitividade.
Como fica a VALE?
Ao tentar recompor o caixa esta se desfazendo
de ativos preciosos, como Belo Monte, as minas de carvão de Moçambique, os
Valemax, Fosfertil, os não ferrosos e comenta-se até a venda de parte de Carajás.
Não acredito no S11D, oferecer mais minério a preço decadente?
Agora, não ha como provar o custo da tonelada
de minério com a metodologia hoje em uso pelas grandes mineradoras. Ativos
naturais, até mais preciosos que o ferro, como espécimes vegetais e animais não
entram na composição nem são vistos como perda financeira.
Quando chegar ao limite, acredito que em
Agosto/setembro 2015 veremos o governo brasileiro retomar aquilo que nunca
deveria ter deixado de ser seu, o
controle total da VALE. Agora para salvar o que resta. Na verdade estamos vendo
a empresa entregar as joias da coroa, num movimento claro de desvalorização,
como se não bastasse os 200 bilhões perdidos nos últimos 6 anos. É assustador e
lamentável. Não temos lideranças, não buscamos outros caminhos e alternativas,
vamos pagar caro pela imprevidência.
Temos propostas e queremos ser ouvidos. Cadê as
lideranças, a responsabilidade social da VALE e ACIP\CDL locais?
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