terça-feira, 21 de abril de 2015

A VALE purga pelos seus erros e excessos


CARAJÁS NO
APAGAR DAS LUZES

O que são ativos naturais? Qual o melhor método de precificação? Afinal, quanto realmente vale uma tonelada de minério de ferro extraído do subsolo da maior floresta tropical do mundo?










Lembram-se das paralisações da portaria fim de 2012, inicio 2013? Esta chegando agora ao pátio da VALE. Hoje numa situação pior que a Petrobras e vai explodir.

As noticias que chegam da campanha salarial VALE 2015 são preocupantes: paralisação na maior mina de ferro do mundo. Os peões não mais  temem, cruzam os braços. É tudo ou nada, com o poder de manipulação que a mineradora possui, é de temer...  as imagens demonstram o quanto a VALE se encontra esgotada e no seu limite administrativo. Não sabem mais de onde tirar para enfrentar talvez o maior desafio de sua longa historia.

Baseada unicamente na demanda da China, grande parte do seu investimento foi  orientado e implantado para atender tal mercado. Não todo o mercado asiático, a Austrália e África atende bem, mas exclusivamente o mercado chinês.

Por décadas a estratégica comercial e de exploração foi a China unicamente. Nos anos de Roger Agnelli, a estruturação financeira global fantasiosa, lastreada em planos de investimento mirabolantes e no plano da produção real, o  mercado chinês no horizonte, unicamente. A medida que a demanda daquele pais atingia seu auge, as estratégias internas também recrudesceram, em conjunto com as exigências. Tanto produtivas quanto de entrega, estocagem, transporte e correlatos.


E logico, nunca a demanda total era para consumo, claro que para a formação de estoques estratégicos e mesmo para um reposicionamento local. Há comentários de um vigoroso comercio secundário do valoroso m63 das minas de Carajás na Ásia. Fomentado pelos chineses. Todos os esforços para baratear os custos e driblar a legislação portuária foram realizados. Os enormes Valemax não puderam aportar na costa chinesa, então se construiu o porto da Malásia.  Neste porto, o minério mais concentrado, que se conseguia preços melhores, perde valor ao ser misturado ao minério de segunda, produção local e mais barato. Não há o frente interoceânico agregado. Mesmo assim, com a excessiva oferta das concorrentes BH Bilington, Rio Tinto e produtores menores locais, os compradores passam a leiloar o valor final da tonelada, reduzindo-a aos patamares de hoje.

Independente do custo de produção, todas mantem grandes projetos de exploração, com custos iniciais elevados. O S11D desponta neste cenário e suas reservas com capacidade de produção de 90 milhões de toneladas métricas ano. É outro mercado do tamanho de Carajás e neste cenário atual e projetado não há compradores interessados. Não se trata apenas do minério da VALE neste cenário global. Há excessiva capacidade de produção instalada. Este projeto apenas acrescenta mais mercadoria num momento de preços decadentes. Seus custos de implantação deverão ser alongados haja visto não ser possível ao produtor impor seu preço final e suas margens.

Como fica Parauapebas?
Nossa cidade depende da VALE. Não temos ainda alternativa de produção e competitividade para vivermos sem a influencia econômica e de produção  da Vale. Não pensamos ainda como manter a cidade no seu rumo, diversificando suas fontes de riquezas. A cidade não vai acabar, mas vamos sofrer.


Pela primeira vez na historia da cidade estamos observando o refluxo populacional, as pessoas saindo para trabalhar fora. Estamos vendo uma redução drástica da população. Os estudos da EXCLUSIVA CONSULTORIA apontam para um grande abandono dos novos bairros. Com a manutenção do minério abaixo dos 60 dólares, as grandes lojas acabarão reduzindo sua presença e finalmente abandonando a cidade. Frente a receita decrescente a prefeitura já parou os investimentos e não teremos mais novidade em movimento financeiro. A linha férrea em construção será um monumento a sandice da VALE, mal administrada e totalmente a mercê de um único cliente por décadas, acabou perdendo sua competitividade.

Como fica a VALE?
Ao tentar recompor o caixa esta se desfazendo de ativos preciosos, como Belo Monte, as minas de carvão de Moçambique, os Valemax, Fosfertil, os não ferrosos e comenta-se até a venda de parte de Carajás. Não acredito no S11D, oferecer mais minério a preço decadente?

Agora, não ha como provar o custo da tonelada de minério com a metodologia hoje em uso pelas grandes mineradoras. Ativos naturais, até mais preciosos que o ferro, como espécimes vegetais e animais não entram na composição nem são vistos como perda financeira.


Quando chegar ao limite, acredito que em Agosto/setembro 2015 veremos o governo brasileiro retomar aquilo que nunca deveria ter deixado de ser seu,  o controle total da VALE. Agora para salvar o que resta. Na verdade estamos vendo a empresa entregar as joias da coroa, num movimento claro de desvalorização, como se não bastasse os 200 bilhões perdidos nos últimos 6 anos. É assustador e lamentável. Não temos lideranças, não buscamos outros caminhos e alternativas, vamos pagar caro pela imprevidência.
Temos propostas e queremos ser ouvidos. Cadê as lideranças, a responsabilidade social da VALE e ACIP\CDL locais?

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