sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

VALE ladeira abaixo, precisa de mudanças



Vale registra prejuízo de R$ 44,2 bilhões em 2015
No ano anterior, mineradora havia tido lucro líquido de R$ 954 milhões. Mineradora minimiza perdas com desastre em Mariana.
Do G1, em São Paulo



A Vale anunciou nesta quinta-feira (25) ter registrado prejuízo de R$ 44,2 bilhões em 2015. No ano anterior, a mineradoraa havia tido lucro de R$ 954 milhões. No quarto trimestre, as perdas foram de R$ 33,156 bilhões. No mesmo período de 2014, chegaram a R$ 4,761 bilhões.

 Acima, Vista geral da mina de Carajás, da Vale, no Pará. (Foto: REUTERS/Lunae Parracho) e no alto, a mesma mina


Entre os fatores para essa piora, a companhia cita os maiores "impairments" no ano passado – instrumento que adequa o ágio pago nas aquisições no exterior à realidade atual do mercado – e à depreciação de 47% do real contra o dólar.

Em novembro deste ano, uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, deixando quase 20 mortos e feridos.

No balanço divulgado ao mercado, a Vale afirma que a produção de Mariana sofreu uma redução, mas foi compensada por outras minas. A empresa ainda reconhece que a Samarco teve despesas e destruição de ativos, mas que esses impactos negativos "estão limitados à participação da companhia no capital social" da subsidiária. 

Investimentos
Os investimentos da Vale, divulgados em dólares, totalizaram, em 2015, US$ 8,4 bilhões em 2015 – uma redução de US$ 3,6 bilhões em comparação com 2014.

Em execução de projetos, os investimentos também recuaram, passando de US$ 7,9 bilhões em 2014 para US$ 5,5 bilhões em 2015, "com a conclusão de projetos, otimização de escopo e impacto positivo da depreciação do real".

Receita
Segundo a Vale, a receita bruta foi de US$ 26,047 bilhões em 2015, uma queda de US$ 12,189 bilhões em comparação com 2014. O recuo foi causado pelos menores preços de minério de ferro (US$ 8,614 bilhões), pelotas (US$ 2,030 bilhões), níquel (US$ 1,394 bilhões) e outros.
A queda nos valores foi parcialmente compensada por maiores volumes de venda (US$ 2,060 bilhões). Já os custos e despesas, descontada a depreciação, totalizaram US$ 18,846 bilhões em 2015, reduzindo em US$ 5,908 bilhões em relação a 2014.

"Reconhecemos os desafios adicionais trazidos pelo declínio dos preços das commodities e seu impacto direto na nossa geração de fluxo de caixa. No entanto, estamos confiantes na nossa habilidade de ultrapassar esses tempos mais difíceis com base em nossa disciplina operacional e na coragem para executar as ações estratégicas que se fizerem necessárias", afirma a Vale em nota.

Dívida
Ao final de 2015, a dívida bruta da companhia somava US$ 28,853 bilhões, um aumento em comparação aos US$ 28,675 bilhões de 30 de setembro de 2015, e em linha com os US$ 28,807 bilhões de 31 de dezembro de 2014.

Após o pagamento de dividendos no valor de US$ 1,5 bilhão em 2015, a dívida líquida totalizou US$ 25,234 bilhões.

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