Para Vale,
questões políticas
não podem paralisar
a economia
Germano Luders/Exame
Vale: mineradora fechou o 3º trimestre com prejuízo
maior, mas dívida líquida menor
Tatiana Vaz, de EXAME.com
São Paulo – Murilo Ferreira, presidente da
mineradora Vale, foi enfático ao responder sobre o
quanto as questões políticas no Brasil podem afetar os negócios.
“Qualquer arranjo que seja necessário na política
do país tem de ser feito sem paralisar a economia como um todo”, disse o
executivo.
Segundo ele, “é preciso que o governo trabalhe com
uma agenda mínima que permita a construção de uma economia melhor, com regras
claras ao empresariado”.
Sobre as incertezas em relação ao mercado de
commoditie, por conta da retração na compra de minério de ferro por parte da
China, a empresa se diz positiva.
Para a Vale, a China ainda não atingiu seu pico
de consumo e que ainda há espaço para crescer. “Eles têm aumentado
sua produção de commodities, que deve ficar entre 815 e 825 bilhões de toneladas
neste ano, mas ainda está longe de seu pico”, afirmou Ferreira.
Na opinião da empresa, o governo chinês está
corrigindo várias distorções da economia, o que trará um crescimento mais
moderado ao país, mas também mais saudável.
“A China está aumentando sua atuação em serviços, o
que já criou 7,2 milhões de empregos até junho, e o país não é a única
preocupação da economia mundial hoje”, disse referindo-se aos conflitos no
Oriente Médio e emigração na Europa.
“Cenários que contribuem para o enfraquecimento da
demanda por matérias-primas como um todo”, afirmou o executivo.
Dívida menor
Apenas no terceiro trimestre, a Vale produziu 88,2
milhões de toneladas de minério de ferro, um recorde
trimestral, graças a produção de Carajás, que atingiu 33,9 milhões no período.
A receita bruta da companhia totalizou 6,618
bilhões de julho a setembro, queda de 467 milhões de dólares ante o trimestre
anterior.
A queda foi “resultado de menores preços de finos
de minério de ferro, níquel, cobre e pelotas, parcialmente compensada por
maiores volumes de finos”, segundo relatório.
Os preços menores trabalhados no período foram
compensados, em parte, pela venda maior em volume e pela diminuição dos custos
e das despesas da empresa.
O impacto cambial também prejudicou a companhia,
que fechou o trimestre com um prejuízo de 2,117 bilhões de dólares, em linha as expectativas de analistas.
A Vale teve uma redução da dívida líquida de 2,3
bilhões de dólares, totalizando 24,2 bilhões de dólares no ano, com posição de
caixa de 4,5 bilhões de dólares.
A queda se deu, em especial, com a venda de ativos
até agora – uma maneira de se proteger para o caso de um possível aumento
mundial de preços de commodities, ressaltou a empresa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário