segunda-feira, 4 de agosto de 2014

VALE E SUA EXPLORAÇÃO DA FLORESTA




RECORDES DE PRODUÇÃO OU PERDAS FINANCEIRAS?



Há excessivas imobilizações no relatório financeiro da VALE. A redução do lucro cabe outras interpretações técnico-contábeis. E morais. E legais.






Por todos os analistas na rede dos mercados globais, festejam o crescimento da produção mineral da VALE, dando-lhe fôlego renovado em todos os quadrantes observáveis. Mas perguntamos e temos que perguntar: se nossas maiores vendas de minério de alta qualidade é para a CHINA e para a ÁSIA, e de lá importamos o aço  vital para nosso desenvolvimento, porque continuamos vendendo assim, tão barato e com preços impostos por eles e  não por custos reais, incluindo ai os custos da troca de ativos naturais – arvores milenares, aflorações de água subterrânea, sítios arqueológicos, registros de vida fóssil esclarecedora de nossa historia biológica no planeta, terras raras, micróbios  sinalizadores de outra base de vida, uma fortuna incalculável de seres e objetos – portanto porque vendemos por preços que não justificam nossos custos?

Porque como nação, a honrada nação brasileira, se castiga tanto, se empobrece e reza numa cartilha ultrapassada, fracassada e sem futuro?

É a mesma confusão estabelecida aqui quando falamos em VALE.  As noticias na imprensa sobre um mero resultado operacional da empresa, ajuda a estabelecer esta  confusão aparente, no fundo camuflagem: senão observam, não tirem conclusões ainda:


China é destino de 51,4% das vendas de minério de ferro da Vale
No 2º trimestre do ano passado esse porcentual era de 43,8% e no primeiro trimestre do ano de 47%



Produção da Vale é recorde no 2º trimestre
Mineradora produziu 79,4 milhões de toneladas entre abril e junho, maior volume já registrado nesse período do ano; produção de níquel teve queda




Atualizado: 31/07/2014 07:29 | Por Fernanda Guimarães, estadao.com.br
Lucro da Vale cai 68,6% no segundo trimestre
Resultado veio 25% menor do que as expectativas; na comparação com o 2º trimestre de 2013 houve alta de 236,8%, mas vale lembrar que nesse período houve forte impacto da variação cambial



Como ficam os investidores, os grupos de interesse e a sociedade leiga, diante de conflitantes interpretações de dados fornecidos pela imprensa, apartir de relatório oficial da mineradora?
Será que podemos tentar extrair algumas verdades frente a esta confusão sobre a VALE, dada a imprensa brasileira? Como é, no mesmo documento financeiro, se ter uma produção recorde e seu lucro reduzir 68,6%, quase 70%? Em relação a que? Os valores históricos, claro, anteriores. Mas o que há de suspeito em números tão dispares, aparentemente?
Uma empresa de classe mundial esta sujeita a muitas variáveis quanto ao seu resultado. O tempo, as condições climáticas e até mesmo, as condições de governo são cruciais para o desempenho da VALE.  





Cita-se SIMANDOU em diversas situações e analises econômicas sobre o resultado da VALE neste trimestre. Eu diria que, criativamente, e como forma de se proteger, ou mesmo postergar a realização econômica para seus acionistas, a VALE contingenciou US$500 milhões, ou seja, retirou do seu lucro excepcional, produzido pela sua expansão produtiva espetacular depois que se livrou das empreiteiras e de grande parte dos seus custos em Carajás, separando esta montanha de dinheiro para compensar os gastos feitos em exercícios anteriores na Guine africana. Criatividade contábil, mesmo porque não houve desfecho em relação ao ativo de SIMANDOU. Pelas palavras da própria VALE: "Reconhecemos um impairment em SIMANDOU de US$ 500 milhões, uma vez que as discussões com o Governo da Guiné estão avançando no sentido de reconhecer e, de certa forma, compensar os investimentos feitos pela Vale naquele país. Continuamos diligentes no desenvolvimento de alternativas que possam permitir a recuperação do valor desses ativos no futuro", destacou a companhia no relatório da administração.
Mesmo com a expectativa de recuperar seus investimentos, ela reduz eu lucro, afetando seus resultado por acionista de imediato. Na verdade, trata-se de protelar o reconhecimento de tamanho lucro, o maior de sua historia num trimestre, conforme dezenas de analistas sérios desse pais. Nas entrelinhas lê-se que estes quase 70% de recuo é em relação aos três meses anteriores. Quando se analisa esta relação com o exercício anterior, percebe-se um estrondoso aumento de 236%. Se houve variação cambial, têm-se recursos e contabilidade para enfrentar estas variações.
 
Mas o cipoal de informações visam esconder da população em geral a enorme e impagável espoliação que a nação brasileira vem sofrendo com a VALE. Estas exportações e recordes sucessivos comemorados, em verdade trata-se de uma vergonha nacional. As terras e estes minérios, falo de todos, não exportamos apenas o ferro, mas ali vai  de 3 a 5 por cento de metais nobres, ouro, platina, nióbio, urânio, é uma espoliação porque o valor de mercado da tonelada – cerca de 130 dólares, não paga. Nem de longe paga o tamanho esforço de todo o conjunto de seres, para permitir a explosão da economia chinesa e asiática. Mil quilos de ferro. Sabem quanto custa uma tonelada de aço? Tem uma idéia dos agregados e ativos naturais que vão junto com o minério de ferro?
 
O AÇO
Brasil não tem uma indústria de aço competitiva. Precisa importar aço. E vende a matéria prima do aço a preço de banana – considerando os ativos sem precificação que vai junto. Não temos ciência ou contabilidade ainda que precifique os ativos naturais – portanto não sabemos o valor da mercadoria commodities – neste caso o ferro. O Brasil precisa rever esta política exportadora – ao chegar aos 300 milhos de toneladas – meta da VALE, estaremos aumentando o fosso da recuperação moral e natural. Precisamos de uma política governamental para o aço e outras matérias primas essenciais. 


Precisamos substituir as exportações, mudar este modelo exportador que entrega um bem sem retorno. São bens essenciais, de uma safra  apenas. A única vantagem resultante dessa montanha de recursos entregues, é o crescimento de caixa e de recursos financeiros – que não sabemos gastar – a corrupção, a ignorância – não nos permite sequer pensar em compensações.   O governo central precisa impor novas regras, um limite para a exploração mineral. Não o estimulo. Estamos matando o futuro.
Portanto todos – financistas, empresários, investidores: os recordes de produção da VALE e seus “lucros” exorbitantes não passam de uma pantomínia. Não há lucro quando não se sabe os custos. E ninguém pode falar quanto custa explorar minério de ferro em plena floresta amazônica. Tudo não passa de apenas uma convenção frágil, consertada, num mundo quase que em chamas – lojas de porcelana repleta de touros. Um mundo quase sem esperança. Leiam as matérias, sigam os links. Verão a consistência do que falo. É assustador porque pactuamos mentiras, que se tornam verdade por falta de “convenção” e “conhecimento”.
Leiam. Observem as datas e o veiculo. Claro que, solicitadas as devidas autorizações:
 continua...

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