RECORDES DE PRODUÇÃO OU PERDAS FINANCEIRAS?
Há
excessivas imobilizações no relatório financeiro da VALE. A redução do lucro
cabe outras interpretações técnico-contábeis. E morais. E legais.
Por todos
os analistas na rede dos mercados globais, festejam o crescimento da produção
mineral da VALE, dando-lhe fôlego renovado em todos os quadrantes observáveis.
Mas perguntamos e temos que perguntar: se nossas maiores vendas de minério de
alta qualidade é para a CHINA e para a ÁSIA, e de lá importamos o aço vital para nosso desenvolvimento, porque
continuamos vendendo assim, tão barato e com preços impostos por eles e não por custos reais, incluindo ai os custos
da troca de ativos naturais – arvores milenares, aflorações de água
subterrânea, sítios arqueológicos, registros de vida fóssil esclarecedora de
nossa historia biológica no planeta, terras raras, micróbios sinalizadores de outra base de vida, uma
fortuna incalculável de seres e objetos – portanto porque vendemos por preços
que não justificam nossos custos?
Porque como
nação, a honrada nação brasileira, se castiga tanto, se empobrece e reza numa
cartilha ultrapassada, fracassada e sem futuro?
É a mesma
confusão estabelecida aqui quando falamos em VALE. As noticias na imprensa sobre um mero
resultado operacional da empresa, ajuda a estabelecer esta confusão aparente, no fundo camuflagem: senão
observam, não tirem conclusões ainda:
China é destino de 51,4%
das vendas de minério de ferro da Vale
No 2º trimestre do ano passado esse porcentual era
de 43,8% e no primeiro trimestre do ano de 47%
Produção da Vale é recorde
no 2º trimestre
Mineradora produziu 79,4 milhões de toneladas entre
abril e junho, maior volume já registrado nesse período do ano; produção de
níquel teve queda
Atualizado: 31/07/2014 07:29 | Por Fernanda
Guimarães, estadao.com.br
Lucro da Vale cai 68,6% no
segundo trimestre
Resultado veio 25% menor do que as expectativas; na
comparação com o 2º trimestre de 2013 houve alta de 236,8%, mas vale lembrar
que nesse período houve forte impacto da variação cambial
Como ficam os
investidores, os grupos de interesse e a sociedade leiga, diante de
conflitantes interpretações de dados fornecidos pela imprensa, apartir de
relatório oficial da mineradora?
Será que podemos
tentar extrair algumas verdades frente a esta confusão sobre a VALE, dada a
imprensa brasileira? Como é, no mesmo documento financeiro, se ter uma produção
recorde e seu lucro reduzir 68,6%, quase 70%? Em relação a que? Os valores
históricos, claro, anteriores. Mas o que há de suspeito em números tão
dispares, aparentemente?
Uma empresa de
classe mundial esta sujeita a muitas variáveis quanto ao seu resultado. O
tempo, as condições climáticas e até mesmo, as condições de governo são
cruciais para o desempenho da VALE.
Cita-se SIMANDOU em
diversas situações e analises econômicas sobre o resultado da VALE neste
trimestre. Eu diria que, criativamente, e como forma de se proteger, ou mesmo
postergar a realização econômica para seus acionistas, a VALE contingenciou US$500
milhões, ou seja, retirou do seu lucro excepcional, produzido pela sua expansão
produtiva espetacular depois que se livrou das empreiteiras e de grande parte
dos seus custos em Carajás, separando esta montanha de dinheiro para compensar
os gastos feitos em exercícios anteriores na Guine africana. Criatividade
contábil, mesmo porque não houve desfecho em relação ao ativo de SIMANDOU.
Pelas palavras da própria VALE: "Reconhecemos
um impairment em SIMANDOU de US$ 500 milhões, uma vez que as discussões com o
Governo da Guiné estão avançando no sentido de reconhecer e, de certa forma,
compensar os investimentos feitos pela Vale naquele país. Continuamos
diligentes no desenvolvimento de alternativas que possam permitir a recuperação
do valor desses ativos no futuro", destacou a companhia no relatório da
administração.
Mesmo com a expectativa de recuperar seus investimentos, ela reduz eu
lucro, afetando seus resultado por acionista de imediato. Na verdade, trata-se
de protelar o reconhecimento de tamanho lucro, o maior de sua historia num trimestre,
conforme dezenas de analistas sérios desse pais. Nas entrelinhas lê-se que
estes quase 70% de recuo é em relação aos três meses anteriores. Quando se
analisa esta relação com o exercício anterior, percebe-se um estrondoso aumento
de 236%. Se houve variação cambial, têm-se recursos e contabilidade para enfrentar
estas variações.
Mas o cipoal de informações visam esconder da população em geral a
enorme e impagável espoliação que a nação brasileira vem sofrendo com a VALE.
Estas exportações e recordes sucessivos comemorados, em verdade trata-se de uma
vergonha nacional. As terras e estes minérios, falo de todos, não exportamos
apenas o ferro, mas ali vai de 3 a 5 por
cento de metais nobres, ouro, platina, nióbio, urânio, é uma espoliação porque
o valor de mercado da tonelada – cerca de 130 dólares, não paga. Nem de longe
paga o tamanho esforço de todo o conjunto de seres, para permitir a explosão da
economia chinesa e asiática. Mil quilos de ferro. Sabem quanto custa uma
tonelada de aço? Tem uma idéia dos agregados e ativos naturais que vão junto
com o minério de ferro?
O AÇO
Brasil não tem uma indústria de aço competitiva. Precisa importar aço. E
vende a matéria prima do aço a preço de banana – considerando os ativos sem
precificação que vai junto. Não temos ciência ou contabilidade ainda que precifique
os ativos naturais – portanto não sabemos o valor da mercadoria commodities –
neste caso o ferro. O Brasil precisa rever esta política exportadora – ao chegar
aos 300 milhos de toneladas – meta da VALE, estaremos aumentando o fosso da
recuperação moral e natural. Precisamos de uma política governamental para o
aço e outras matérias primas essenciais.
Precisamos substituir as exportações,
mudar este modelo exportador que entrega um bem sem retorno. São bens
essenciais, de uma safra apenas. A única
vantagem resultante dessa montanha de recursos entregues, é o crescimento de
caixa e de recursos financeiros – que não sabemos gastar – a corrupção, a
ignorância – não nos permite sequer pensar em compensações. O governo central precisa impor novas
regras, um limite para a exploração mineral. Não o estimulo. Estamos matando o
futuro.
Portanto todos – financistas, empresários, investidores: os recordes de
produção da VALE e seus “lucros” exorbitantes não passam de uma pantomínia. Não
há lucro quando não se sabe os custos. E ninguém pode falar quanto custa explorar
minério de ferro em plena floresta amazônica. Tudo não passa de apenas uma
convenção frágil, consertada, num mundo quase que em chamas – lojas de
porcelana repleta de touros. Um mundo quase sem esperança. Leiam as matérias,
sigam os links. Verão a consistência do que falo. É assustador porque pactuamos
mentiras, que se tornam verdade por falta de “convenção” e “conhecimento”.
Leiam.
Observem as datas e o veiculo. Claro que, solicitadas as devidas autorizações:
continua...
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