sábado, 2 de julho de 2016

Gabão e África, Brasil



Jazidas no Gabão são oportunidade para empresas brasileiras, diz embaixador
Marcos Magalhães | 30/06/2016, 14h29 - ATUALIZADO EM 30/06/2016, 20h05 








Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Empresas brasileiras poderão participar da exploração das minas de Belinga, no Gabão, onde se encontram as maiores reservas inexploradas de minério de ferro do mundo. A oportunidade foi anunciada pelo embaixador designado para aquele país, Appio Claudio Munia Acquarone Filho, cuja indicação foi aprovada nesta quinta-feira (30) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), na qual também foram aprovadas as indicações dos novos embaixadores do Brasil na Bélgica e na República Tcheca. As três mensagens presidenciais serão agora submetidas ao Plenário.

Para a exploração das jazidas de Belinga, será necessária a construção de uma usina hidrelétrica, de uma ferrovia até as minas, próximas à fronteira com o Congo, e de um porto para a futura exportação do minério. A Vale chegou a se instalar no Gabão, mas deixou o país em 2007. Empresas chinesas chegaram então à região, mas o governo gabonês retomou as minas que poderão vir a ser operadas por empresas brasileiras, segundo o embaixador.

— Se conseguirmos fazer que as minas de Belinga sejam confiadas ao Brasil, as perspectivas para empresas nacionais, na montagem desse complexo, são enormes. O Gabão tem uma expectativa muito grande em relação ao Brasil. Se eu fosse sugerir que país seria prioridade de nossa nova atuação na África, esse país seria o Gabão, que está à espera de um passo brasileiro em sua direção. É um fruto maduro a ser colhido — disse Acquarone.

Esse país, que tem o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita da África, crescimento médio de 4,2% nos últimos quatro anos e inflação de 3%, tem, porém, uma representação muito modesta do Brasil. Segundo relato lido na reunião pelo presidente da comissão, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), a embaixada brasileira em Libreville conta com a presença apenas do embaixador, que não tem a ajuda de nenhum outro diplomata.

Olimpíadas
Também aprovado pela comissão, o embaixador designado para a Bélgica, Antonio José Vallim Guerreiro, informou que o rei Filipe, que é membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), estará no Rio de Janeiro para a abertura dos Jogos Olímpicos deste ano. Em resposta ao senador Lasier Martins (PDT-RS), que manifestou sua preocupação de que se repitam no Rio atos terroristas como o que ocorreu na Bélgica em março deste ano, o embaixador recordou que a Bélgica é o país da Europa Ocidental que mais gente mandou para a guerra na Síria em relação à população, enquanto no Brasil são raros os atentados terroristas.

Em sua exposição, Guerreiro informou ainda que a Bélgica é o segundo país do mundo com maior estoque de investimentos estrangeiros no Brasil, no total de US$ 63 bilhões, atrás apenas dos Estados Unidos.

Cooperação militar
O embaixador designado para a República Tcheca, Márcio Florencio Nunes Cambraia, definiu a cooperação militar entre os dois países como um “campo importante e promissor”. Depois da assinatura de um acordo nesse sentido em 2010, a Embraer e empresas tchecas de aviação estão cooperando na construção do avião cargueiro KC390, apresentado neste ano pela Força Aérea Brasileira.

— Para o Brasil, a aproximação na área de defesa tem a vantagem de que a República Tcheca não tem pretensões de projeção internacional mais ampla e, portanto, não exige contrapartida política — ressaltou Cambraia.

Durante o debate, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) sugeriu que o governo brasileiro dê maior importância à cooperação em cultura e educação com o Gabão, para que o Brasil “seja um exportador de engenharia social, e não apenas de infraestrutura”. O senador Hélio José (PMDB-DF) pediu que o país procure aprofundar o intercâmbio com a Bélgica e a República Tcheca no desenvolvimento de energias alternativas. O senador Edison Lobão (PMDB-MA), por sua vez, recordou que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva sempre procurou dar prioridade, em seu governo, às relações com o continente africano.

A reunião foi presidida pelos senadores Aloysio Nunes e Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
Agência Senado

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