Jazidas
no Gabão são oportunidade para empresas brasileiras, diz embaixador
Marcos
Magalhães | 30/06/2016, 14h29 - ATUALIZADO EM 30/06/2016, 20h05
Edilson
Rodrigues/Agência Senado
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Empresas brasileiras poderão
participar da exploração das minas de Belinga, no Gabão, onde se encontram as
maiores reservas inexploradas de minério de ferro do mundo. A oportunidade foi
anunciada pelo embaixador designado para aquele país, Appio Claudio Munia
Acquarone Filho, cuja indicação foi aprovada nesta quinta-feira (30) pela
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), na qual também foram
aprovadas as indicações dos novos embaixadores do Brasil na Bélgica e na
República Tcheca. As três mensagens presidenciais serão agora submetidas ao
Plenário.
Para a exploração das jazidas de
Belinga, será necessária a construção de uma usina hidrelétrica, de uma
ferrovia até as minas, próximas à fronteira com o Congo, e de um porto para a
futura exportação do minério. A Vale chegou a se instalar no Gabão, mas deixou o
país em 2007. Empresas chinesas chegaram então à região, mas o governo gabonês
retomou as minas que poderão vir a ser operadas por empresas brasileiras,
segundo o embaixador.
— Se conseguirmos fazer que as
minas de Belinga sejam confiadas ao Brasil, as perspectivas para empresas
nacionais, na montagem desse complexo, são enormes. O Gabão tem uma expectativa
muito grande em relação ao Brasil. Se eu fosse sugerir que país seria
prioridade de nossa nova atuação na África, esse país seria o Gabão, que está à
espera de um passo brasileiro em sua direção. É um fruto maduro a ser colhido —
disse Acquarone.
Esse país, que tem o maior
Produto Interno Bruto (PIB) per capita da África, crescimento médio de 4,2% nos
últimos quatro anos e inflação de 3%, tem, porém, uma representação muito
modesta do Brasil. Segundo relato lido na reunião pelo presidente da comissão,
senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), a embaixada brasileira em Libreville conta com
a presença apenas do embaixador, que não tem a ajuda de nenhum outro diplomata.
Olimpíadas
Também aprovado pela comissão, o
embaixador designado para a Bélgica, Antonio José Vallim Guerreiro, informou
que o rei Filipe, que é membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), estará
no Rio de Janeiro para a abertura dos Jogos Olímpicos deste ano. Em resposta ao
senador Lasier Martins (PDT-RS), que manifestou sua preocupação de que se
repitam no Rio atos terroristas como o que ocorreu na Bélgica em março deste
ano, o embaixador recordou que a Bélgica é o país da Europa Ocidental que mais
gente mandou para a guerra na Síria em relação à população, enquanto no Brasil
são raros os atentados terroristas.
Em sua exposição, Guerreiro
informou ainda que a Bélgica é o segundo país do mundo com maior estoque de
investimentos estrangeiros no Brasil, no total de US$ 63 bilhões, atrás apenas
dos Estados Unidos.
Cooperação militar
O embaixador designado para a
República Tcheca, Márcio Florencio Nunes Cambraia, definiu a cooperação militar
entre os dois países como um “campo importante e promissor”. Depois da
assinatura de um acordo nesse sentido em 2010, a Embraer e empresas tchecas de
aviação estão cooperando na construção do avião cargueiro KC390, apresentado
neste ano pela Força Aérea Brasileira.
— Para o Brasil, a aproximação na
área de defesa tem a vantagem de que a República Tcheca não tem pretensões de
projeção internacional mais ampla e, portanto, não exige contrapartida política
— ressaltou Cambraia.
Durante o debate, o senador
Cristovam Buarque (PPS-DF) sugeriu que o governo brasileiro dê maior
importância à cooperação em cultura e educação com o Gabão, para que o Brasil
“seja um exportador de engenharia social, e não apenas de infraestrutura”. O
senador Hélio José (PMDB-DF) pediu que o país procure aprofundar o intercâmbio
com a Bélgica e a República Tcheca no desenvolvimento de energias alternativas.
O senador Edison Lobão (PMDB-MA), por sua vez, recordou que o ex-presidente
Luís Inácio Lula da Silva sempre procurou dar prioridade, em seu governo, às
relações com o continente africano.
A reunião foi presidida pelos
senadores Aloysio Nunes e Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
Agência
Senado
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