Vale
afunda mais de 6% na Bovespa com multa bilionária
Ricardo
Moraes/REUTERS
Destruição em Mariana (MG) após rompimento de
barragem da Samarco
São Paulo - A mineradora Vale (VALE3, VALE5) via
suas ações despencarem na Bovespa nesta
quarta-feira (4), afetadas pela indenização bilionária pedida
pelo Ministério Público Federal à Samarco e suas donas.
Os papéis preferenciais da Vale
chegaram a perder até 6,57% ao longo do dia, mas fecharam em baixa de 5,34%, a
R$ 13,83 cada um.
Já os ordinários terminaram a
quarta-feira com desvalorização de 6,75%, a R$ 17,40, depois de terem cedido
7,82% na mínima da sessão. O Ibovespa teve alta de 0,56%, ajudado
por bancos.
O tombo da mineradora também
pesou sobre a Bradespar, que possui participação na companhia. As ações da
Bradespar recuaram 3,75%, para R$ 7,69 cada uma.
Nos Estados
Unidos, os ADRs (recibos de ações negociados nas Bolsas
americanas) da Vale chegaram a cair mais de 7% hoje.
O Ministério Público Federal
entrou ontem com uma ação civil pública contra a Samarco e suas controladoras
---a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton.
O MPF pede reparação de danos com
valor estimado em R$ 155 bilhões devido ao rompimento da barragem do Fundão,
operada pela Samarco em Minas Gerais, em novembro do ano passado.
A tragédia deixou mortos e
desaparecidos, além de ter contaminado o Rio Doce, no que foi classificado como
o maior desastre ambiental do país.
O valor foi baseado no acordo
de recuperação de um vazamento em uma plataforma de petróleo da BP (British Petroleum) no
Golfo do México em 2010.
"O objetivo
dos procuradores é que esse valor seja gasto pelas empresas em até 18
anos, ou seja, a decisão final deve demorar muitos anos. Portanto, um maior
impacto ainda está por vir", disse Luis Gustavo Pereira, estrategista da
Guide Investimentos, em relatório.
A equipe de análise da Rico
Corretora ressaltou que o processo também indica como corresponsáveis pela
tragédia a União e os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.
"O valor pedido pelo MPF é
quase oito vezes superior à estimativa de gastos de R$ 20 bilhões do acordo
fechado entre União, os dois estados e as mineradoras. O termo ainda não foi
homologado pela Justiça. O MPF já informou que não pretende aceitá-lo",
disse.
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